O que é?

A fratura do calcâneo é uma lesão tão temida, que desde a Grécia Antiga é abordada. Quem não se lembra da lenda de Aquiles e seu calcanhar? Mas Homero, autor da famosa mitologia, não exagerava quanto à gravidade da lesão. Afinal, a fratura do calcanhar é grave, e se não for tratada a tempo, ela poderá evoluir para uma série de complicações e sequelas.

Dentre os ossos do retropé, o calcâneo é o principal. Isso se deve, sobretudo, ao fato dele ser responsável pela absorção do impacto durante a marcha. Por isso mesmo é o osso da região posterior do pé que mais sofre com lesões.

Apesar de grave, a plena recuperação do paciente acometido pela fratura no osso calcâneo dificilmente se estende por mais de quatro meses. Em lesões mais severas, a cirurgia no calcâneo é obrigatória. No caso, caberá à equipe médica fazer a melhor avaliação da fratura óssea no paciente.

Quais as causas?

Geralmente a fratura do calcâneo se dá após uma enorme força sobre a região. Uma queda, na maior parte dos casos, é a maior desencadeadora desse tipo de problema. Não é por menos que atletas são os mais acometidos pela fratura no osso calcâneo que é, razoavelmente, uma lesão rara.

Além de causar comprometimento e limitações na marcha, esse tipo de fratura pode afetar outras regiões. Muitas vezes a própria cartilagem responsável pela articulação é prejudicada em decorrência do impacto causado pela fratura do calcâneo. 

Sintomas

A dor no calcanhar é o principal sintoma desse tipo de lesão. Em virtude da sensibilidade causada pela fratura, o paciente se queixa ao apoiar o pé no chão. Ou seja, uma simples caminhada pode ser uma tarefa penosa para quem sofreu com o problema recentemente. 

Edemas também costumam acompanhar a fratura do calcanhar. Inclusive, em alguns casos, há presença de hematomas sobre o local lesionado.  

Se não houver um tratamento imediato do problema, a dor no calcanhar e as limitações poderão evoluir para a síndrome compartimental. Isso ocorre quando um edema pressiona os vasos sanguíneos, provocando um bloqueio sanguíneo. Apesar de rara, essa condição pode necrosar o membro lesionado.

Diagnóstico

A identificação da fratura é bem simples de ser realizada. Por meio de radiografia e até tomografia computadorizada, o problema poderá ser diagnosticado. Inclusive, outras lesões decorrentes da fratura podem ser identificadas por esses exames, tal como fraturas no joelho ou coluna.

É muito importante identificar o problema de antemão, já que a fratura do calcanhar apresenta muitos sintomas semelhantes aos da tendinite do calcâneo.

Tratamento

O tratamento para fratura do calcâneo tem várias frentes distintas. Por isso a importância de precisar a intensidade da lesão, antes do começo da reabilitação.

Normalmente os primeiros tratos se restringem ao uso de um gesso, a fim de imobilizar o pé. Essa medida pode ser incorporada por semanas. Após esse período é constatada a evolução do tratamento.

O uso de muletas se faz necessário para essa situação, já que o pé imobilizado não deve ter contato com o solo. O indicado é que a mobilidade deve ser reduzida o máximo possível. Por isso, muitos profissionais deixam de trabalhar por semanas. O repouso é essencial para esse tipo de reabilitação. 

Enquanto o paciente estiver sentado, recomenda-se que o pé se mantenha constantemente elevado. Para isso é indicado o uso de almofadas para o controle da altura. Essa medida evita inchaços e dor no calcanhar, entre outras partes do membro afetado.

A fisioterapia é indicada depois de alguns dias após o padecimento. Muitos pacientes executam os movimentos propostos, antes mesmo da solidificação do osso lesionado. A consolidação do calcâneo fraturado e a eliminação de hematomas e inchaços são possibilitadas graças à fisioterapia.

Já a cirurgia é necessária quando há desvio do osso superior a 2 milímetros, fragmentos ósseos e compressão dos tendões. E alguns casos com maior agravante é necessário a colocação de placas, parafusos e enxertos ósseos.

Lembrando que o tratamento deve ser realizado o mais rápido possível, já que o osso calcâneo fraturado leva a uma série de complicações. Rigidez, artrose, alargamento do calcanhar, dor na planta no pé e a citada síndrome compartimental são as principais sequelas causadas pelo tratamento tardio da lesão.

Responsável Técnico

Dr Sergio Kishio Morioka - CRM 44853
Bacia - Quadril – Joelho
Cargo na clínica